segunda-feira, 18 de julho de 2011

4º MOVIMENTO DO EXPRESSO (Não Encenada)

"A Montanha e Sol" foi mais uma das paradas que não foram encenadas e que apenas comporam as folhas do Expresso Experimental.



A Montanha e o Sol
Parte I

Montanha

Não há chuva, nem nuvens
O vento mordaz e seco
A luz em minha face
É calor... é ardor
É solidão em brasas vindas do céu
Minha pele trinca, racha
E aos poucos vou ao pó
Em silêncio, ao vento
Só ele a observar
Não sei se é feroz
Não sei se é de sua natureza
Se enxerga minhas impurezas
Ou se atinge com minhas certezas

Sol

Mais que a força do tempo
Não há verdade
Há verdades
Sou mais do que eu possa compreender
Horas sou certo
Ao mesmo tempo em que sou errado
Em tempos sou certeza
Noutros, me escondo atrás das nuvens
Culpa?
Se existe desconheço
Sou mais em minha certeza
...

A MONTANHA E O SOL
Parte II

M – Sempre a te ver, aqui estarei. Meu encantado sonho é sempre distante, assim como você de mim. Porém te admiro onde estás, nunca alcançável.

S – Oh bela, se soubesses o quanto sou sozinho e o quanto me dói quando me suplicas um pouco mais de atenção... de carinho. E nos momentos mais tristes, chorar eu não posso. Lágrimas não possuo, é algo normal de minha natureza.

M – Se ao menos uma vez... uma única vez, por mais que este dia fosse o dia de minha morte, eu pudesse te abraçar. Um único e breve instante contigo para matar uma vida de solidão.

S – Que cruel prisão a vida nos reservou desde o nosso princípio. Por mais que tentemos, sabemos que é em vão. A vida pelo menos poderia ter sido um pouco bondosa e nos ter tirado o dom de sonhar.

M – Cale-se! Não fale bobagem. O sonho de te ter ao meu lado é o que me mantém viva.

S – Se meus dedos tocassem tua mão...

M – Se meus lábios pudessem beijar os seus... Sei que seria para sempre

S – Sempre seria diferente. No fim, é um sonho muito exigente.

M – E assim, aqui vou ficar, como sempre e que nunca foi diferente

S – Mas sempre virei e como sempre será sempre, irei para voltar em um novo dia que será igual a hoje.

M – Não se vá. Ainda é cedo, temos muito a conversar.

S – Você sabe que não tenho escolha.

M – Mas insistir em não saber, me dá a impressão de que é diferente.

S – Adeus minha sempre amada.

M – Adeus. Mais uma vez na escuridão me encontro. Minhas lágrimas constantes se transformam em cascatas, onde casais enamorados se encontram as escondidas para a lua poder apreciar. E eu, à ela a me lamentar. Mas hoje ela não vem. Só me resta a escuridão.

....

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