quarta-feira, 6 de abril de 2011

LETRAS EM PENA (I)

Dezembro
 
Numa tarde de dezembro choveu. Nesta mesma tarde saí pra andar, para procurar o passado que eu havia perdido. Porém era tarde, o passado já não estava lá. Sem saber o que pensar e bem menos o que fazer, continuei a caminhar.  Relembrei outros dezembros. Como são tristes meus dezembros. É como uma flor que já desabrocha murcha. 

Como havia chovido, algumas poças d’água ainda insistiam em não secar, assim como aquela tristeza, que não sabia de onde vinha e nem sabia porque insistia em ficar. Eu só. Doravante um caminho inserto a seguir, onde sei exatamente onde estão todas as pedras e os pássaros escondem-se de mim. Não estou perdido. Mas me dê sua mão e me ajude a embarcar neste expresso. Talvez lá eu encontre o meu passado juntamente com meu dezembro alegre. 

Otton Natashe 

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